quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Brincadeiras de Roda

As cantigas e brincadeiras de roda são manifestações folclóricas onde as crianças se dão as mãos, formam uma roda e cantam melodias que podem ou não ser acompanhadas de coreografia.
Antigamente, eram muito comuns no cotidiano infantil da criança brasileira. Hoje, no entanto, é uma manifestação que está sendo esquecida, pois as crianças estão mais interessadas em outros tipos de música e brincadeiras.
As cantigas de rodas, tanto brasileiras quanto estrangeiras, são basicamente folclóricas. Possuem letras, melodias e ritmos simples e lúdicos, envolvendo brincadeiras, danças e trava-línguas. As músicas utilizam, normalmente, um compasso binário.
Alguns acreditam que são originárias de modificações feitas em músicas de autores populares ou criadas anonimamente pelo povo. Por serem repassadas, de geração em geração, através do que se chama transmissão oral, é comum existirem diferenças regionais nas letras de algumas delas.
As brincadeiras de roda ajudam a sociabilizar e desinibir as crianças, uma vez que exigem o olhar frente a frente, o toque corporal, a exposição, pois em muitas delas cada um deve se apresentar no centro da roda. Auxiliam no desenvolvimento da expressão corporal, senso rítmico e organização coletiva. São também um dos elementos importantes para a integração e o lazer infantil.
Uma das cantigas de roda mais conhecidas e cantadas em todo o Brasil era a Ciranda, Cirandinha:
Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

(Cavalheiro troca o par)
Este par não é o meu.
Este par está trocado.
O meu está de azul,
Este está de encarnado.

Com o intuito de divulgar cantigas e brincadeiras de roda conhecidas no Nordeste, transcreve-se abaixo as letras e as coreografias (quando for o caso) de algumas delas.


Atirei o pau no gato

Atirei a o pau no gato, t-o-tó
Mas o gato-t-o-tó
Não morreu, reu, reu
Dona Chica, ca, ca
Adimirou-se, se
Do miau, do miau que o gato deu
Miau!!


No final da música, todos os componentes do grupo se acocoram e gritam Miau!!


Fui à Espanha

Fui à Espanha
Buscar o meu chapéu,
Azul e branco,
Da cor daquele céu.

Olha a palma, palma, palma.
Olha pé, pé, pé.
Olha roda, roda, roda.
Caranguejo peixe é.

Caranguejo não é peixe.
Caranguejo peixe é.
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré.

Samba, crioula,
Que veio da Bahia,
Pega a criança
E joga na bacia.

A bacia é de ouro
Areada com sabão
E depois de areada
Enxugada com um roupão.


            O roupão é de seda,
Camisinha de filó.
Cada um pegue seu par
Para dar bênção a vovó.

A bênção, vovó !
A bênção, vovó!


Os participantes dramatizam a cantiga na roda: fazem com as mãos a forma de um chapéu, apontam para o céu, batem palmas, batem o pé, rodopiam e interpretam a música coreograficamente. No final, cada pessoa pega um par e corre para tomar a benção de quem ficar só ou a outra pessoa que estiver por perto, no caso de todos os participantes da roda conseguirem um par.


Pai Francisco


Pai Francisco entrou na roda
Tocando seu violão
Banlanlão, banbão
Balanlão, banbão

Vem de lá seu delegado
Que Pai Francisco
Entrou na prisão

Quando ele vem
Se requebrando
Parece um boneco
Se desmanchando


Os participantes acompanham a música imitando um tocador de violão e se requebrando.


Pirulito que bate, bate


Pirulito que bate, bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu



Eu entrei na roda


Eu entrei na roda
Eu não sei como se dança
Eu não sei a contradança
Eu não sei dançar

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